Joana C – O segundo dia no terreno e a emoção de conhecer a Mafita e o Nazário

Hoje o amanhecer em Xai-Xai foi com chuva e já não me lembro da última vez que fiquei contente de ver chover! Todas as conversas que tive ontem mencionavam a seca e aquela chuva que já devia ter caído nos meses anteriores…

Saímos em direção a Chokwé onde o Mano Hilário já nos esperava. A chuva (e alguns buracos na estrada) atrasou um pouco a nossa viagem mas chegamos a escola de São Vicente pouco depois das 10.30.   A irmã Alice recebeu nos juntamente com o Técnico Donaldo e mostrou nos a escola.   

Visitámos a sala de apoio ao estudo onde estavam os alunos do 6º ano. A monitora explicou-nos como funcionava a sala e como era importante para a aprendizagem para os alunos da escola.   Fomos interrompidos pela chegada da nossa afilhada – Mafita Nazario Pedro- que eu e o Bruno apoiamos desde 2009. Estava ansiosa por finalmente conhecê-la. Tínhamos muitas perguntas para a Mafita mas controlámo-nos para que ela colocasse as perguntas dela. Muito tímida, não quis saber quase nada – perguntou se tínhamos filhos, pais e irmãos e pareceu gostar de ver as fotos que lhe mostramos da nossa família. Das várias respostas que timidamente e em voz baixa nos foi dando impressionou-me quando disse que gostava muito de vir ao curso de culinária na escola e que o que mais precisava de receber dos padrinhos era cadernos. Ainda não sabe qual a profissão que gostava de ter mas gosta muito de português e inglês.

A nossa conversa foi interrompida pela chegada do nosso afilhado e irmão da Mafita – Nazário Pedro Júnior. Os dois vivem com a avo seropositiva e parecem ser muito amigos. O Nazário fez 18 anos este mês e está no 10º ano. Tal como a irmã, disse que ainda está a pensar qual é a profissão que gostaria de ter. Falamos ainda sobre o seu gosto pelo futebol (fã do Messi e não do Cristiano Ronaldo) e também pelas aulas de culinária na escola.   As aulas da manhã já tinham acabado e começavam a chegar os alunos da tarde quando nos despedimos dos nossos afilhados. Dissemos até breve e prometemos manter contacto frequente!   Seguimos para a sala de cursos técnicos da UPG – hoje era dia de culinária e artesanato. A irmã Aida, muito simpática e sorridente, mostrou nos como fazia porta moedas e pequenas carteiras com embalagens de cartão revestidas com bonitas capolanas. Impossível resistir – por isso comprei a minha por 75 MTN.   Enquanto esperávamos pela monitora da aula de culinária, o Mano Hilário levou nos a visitar casas de alunos da escola financiadas pela UPG. Vimos a casa em construção que irá alojar as órfãs Maria e Delfina.  

Regressamos a São Vicente para assistir a aula de culinária que já ia a meio. Hoje a Lucília ensinou os alunos a fazer bolinhos fritos envoltos em coco ralado. Todos estavam muito concentrados na sua tarefa e satisfeitos por estarem ali. Eu e o Bruno obviamente que não resistimos e compramos um saco de 10 por 30MTN. Os outros serão vendidos amanhã.   

Antes de sair da escola, fomos ver a machamba. O Mano Hilário explicou as sementes que se tinham plantado mas que a falta de chuva em Chowké estava a comprometer o seu desenvolvimento.    Saímos da escola quando o turno da tarde acabou. Conforme nos aproximávamos do portão tivemos muitos adeus e sorrisos que nos acompanharam até a saída da escola. Não poderia ter desejado melhor despedida para este dia repleto de emoções na escola de São Vicente. 

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